segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Depois do Paradoxo do Asno de Buridan, temos o Paradoxo de Haddad

Depois do Paradoxo do Asno de Buridan, temos o Paradoxo de Haddad

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E as sandices continuam. Leiam o que informa Carolina Stanisci, no Estadão Online. Volto em seguida:
Manutenção de sigilo impediu revisão de provas, diz gráfica
A gráfica RR Donnelley divulgou, em carta ao Inep, que a impressão das provas do Enem ocorreu, “segundo previsão contratual, dentro dos mais rigorosos critérios de segurança e sigilo”. E que, “nesse contexto, todos os materiais foram impressos rigorosamente dentro do cronograma pactuado e nenhum conteúdo foi desviado”. Segundo a gráfica, essa manutenção do sigilo do conteúdo é que impediu que fossem “feitas revisões”, como a leitura do material impresso. O Inep, porém, teria, segundo o edital que rege o Enem 2010, que ter revisado todo o conteúdo.
Foi percebido, no processo, que 33 mil cadernos amarelos tiveram defeitos - dos quais 21 mil foram distribuídos. Mesmo assim, justifica a gráfica, o número de erros está dentro da margem de erro comum em gráficas, representando 0,003 sobre os quase 10 milhões de cadernos impressos. O documento, direcionado ao presidente do Inep, Joaquim José Soares Neto, não explica como as provas erradas pararam nas mãos dos alunos.
Comento
O negócio é o seguinte: ou o exame sai direitinho, sem erro, mas com quebra de sigilo, ou, então, preserva-se o sigilo, mas a prova sai com erro. Exigir as duas coisas ao mesmo tempo parece ser demais para os ineptos. O Inep tinha a obrigação contratual da revisão. Não a exerceu pelo visto. Numa hipótese ainda pior, há o risco de ela ter sido feita.
A gráfica vem agora com a tal margem de erro. Sei. Por isso existe material excedente, para fazer eventuais trocas. Aí é preciso haver gente devidamente treinada, com um arsenal de respostas caso ocorram um problema e outro.
Conhecem a leitura crítica sobre o Paradoxo do Asno de Buridan, condenado a morrer de fome e de sede entre a água e a alfafa porque não consegue fazer a melhor escolha? Já temos o Paradoxo de Haddad: ou a prova está certa e vaza, ou não vaza e está errada. Uma boa parte dos impostos que pagamos é consumida por essa turma.
Ah, sim:
“Fer-nan-do Had-dad,
ca-dê vo-cê?
Eu vim a-qui
só pra te ver!”

Por Reinaldo Azevedo

http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/geral/depois-do-paradoxo-do-asno-de-buridan-temos-o-paradoxo-de-haddaddepois-do-paradoxo-do-asno-de-buridan-temos-o-paradoxo-de-haddad/

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