domingo, 7 de novembro de 2010

GOOGLE tenta se isentar de culpa em tentativa de justiçameto da jovem Mayara Petruso.

Um anônimo publicou dados particulares de familiares e amigos da jovem mayara Petrusso, deu o caminho completo para qualquer sociopata tentar destruir, incendiar ou infernizar a vida da jovem e da familia. http://mayarapetruso.blogspot.com/ É curioso que o veículo que se prestou a instrumento do crime, tente se isentar de culpa colocando abaixo da determinação da Justiça do Estado da Bahia que removeu o "post" a declaração: "O site em questão não esta em desacordo com os termos de uso do Grupo Google ®". Cabe aqui lembrar que o veículo no caso o GOOGLE segundo a legislação brasileira é responsável também pelo dano moral, ou qualquer prejuízo causado as pessoas pelo "anônimo". A legislação prevê a figura do co-responsável no crime, aqui não existe liberdade de expressão, existiria se o autor colocasse seu nome e dados pessoais, aqui existe um anonimo querendo justiçar uma menina, a família dela e se possível o papagaio. liberdade de expressão é uma coisa, incitamento ao crime ainda que por caminhos tortos é outra. Lamento senhores mas a questão da co-responsabilidade pelo dano existe e pode ser verificada aqui: http://www.ajorb.com.br/aj-for-impr-indenizacao-imoral.htm

O discurso vigarista da canalha que lucra ao jogar o Brasil contra o Brasil. Ou: Os “fascistas do bem” estão assanhados!

Eu me atrasei um pouquinho, mas me vinguei de vocês. Lá vai um daqueles textos bem longos para o domingão. Longo e, creio, necessário.
*
É vergonhoso o que certos setores da imprensa vêm fazendo no caso da jovem Mayara, que postou mensagens absurdas no Twitter, contra os nordestinos. Atenção! Não estou dizendo que ela não deva RESPONDER PELO QUE FEZ (e não por aquilo que NÃO FEZ ), mas há um limite para as coisas. As penas têm de ser proporcionais aos delitos. É um princípio da civilização que não pode ser esmagado pelos “civilizados”. A imprensa politicamente correta está exibindo seu lado sensacionalista. Lembra aqueles senhores que ocupam as tardes nas TVs com programas policiais, exibindo, aos berros, as suas soluções simples e erradas para problemas difíceis. A palavra de ordem parece ser esta: “Já que ela escreveu aquelas barbaridades, então vamos linchá-la; destruí-la”. Ou ainda: “Descobrimos que ela é muito má; a Justiça é lenta; vamos resolver nós mesmos esse problema e condená-la”. O espírito que anima essa sede de punição e reparação é fascistóide. Os fascistas do bem estão na Internet e nos jornais, magnificando o que não tem importância e tentando despertar forças que, uma vez libertas, dificilmente voltam para a caixa.
Mayara, uma paulista, escreveu coisas inaceitáveis sobre “nordestinos”? Por certo! Ela é a única? Não é! Nordestinos, mineiros, sulistas etc. escrevem coisas  inaceitáveis sobre paulistas? O tempo inteiro! Uma simples pesquisa na rede vai revelá-lo. O ressentimento contra São Paulo é tão grande quanto escandalosamente injusto. Injusto, aliás, é o ressentimento contra qualquer região. Mas São Paulo está proibido de posar de vítima porque não pega bem. Afinal, o estado mais rico da federação — e fica parecendo que assim é porque roubou isso de alguém… — tem de agüentar calado as suas supostas culpas. Mas o que digo eu? “São Paulo” como ente só existe na boca dos que têm a pretensão ser seus inimigos! Uma das coisas que me agradam neste estado, ou nesta capital, é precisamente isto: ser paulista ou paulistano não quer dizer nada em especial. Não somos conhecidos por nossa esperteza silenciosa, por nosso charme adoravelmente malandro, por nossa sensualidade à flor da pele, por nosso espírito nativista, por nosso amor às lendas da floresta… Felizmente, ser paulista ou paulistano, ou morar por aqui, permite que a gente NÃO SEJA COISA NENHUMA! E aos não-paulistas informo: nem levem muito a sério esse negócio de que somos trabalhadores incansáveis. Há muitos vagabundos por aqui, como em toda parte.
Diziam-me mineiros no começo da corrida presidencial: “Esquece, Reinaldo! A esmagadora maioria deste estado não vai votar em Serra porque se consolidou a idéia de que ele tomou o lugar de um mineiro”. E cansamos de ler a respeito desse nobre sentimento na imprensa, sem que alguém se lembrasse dizer: “Epa! Que história é essa?” Agora imaginem se detectassem tal sentimento em São Paulo. Logo escreveriam um tratado sobre a arrogância dos paulistas ou sei lá o quê. O sentimento antipaulista é a versão local do recalque que degenera no antiamericanismo. Em certas áreas do país, querem tratar os paulistas como o “eles”, categoria que estaria em oposição ao “nós”. O caso Mayara trouxe esse sentimento à tona. Assim como existem antiamericanos dentro dos EUA, existem antipaulistas em São Paulo: parte da imprensa daqui não está sendo menos bucéfala do que a imprensa de acolá.
Mentiras
É simplesmente mentira que exista na maior cidade nordestina do Brasil — sim, leitor, há mais nordestinos em São Paulo do que em Salvador, a maior capital do Nordeste — um sentimento antinordestino.  O pernambucano Lula fez a sua carreira em São Paulo. A paraibana Luíza Erundina foi prefeita da capital do Estado. Uso exemplos da política porque é nessa área que esse tipo de sentimento se exacerba. Conheço algumas capitais do Nordeste. Não o suficiente para escrever tratados ou ser peremptório a respeito de algumas coisas. Mas já fui a restaurantes populares e a restaurantes chiques da Bahia, por exemplo, onde se tem, talvez (a conferir), o maior percentual de população negra do país. E, claro, já fiz isso dezenas de vezes em São Paulo, onde o percentual de negros é muito menor. A nenhum observador honesto escapará uma evidência: é muito mais freqüente a presença de negros nos ambientes refinados de São Paulo do que nos de Salvador ou do Recife.
O país tem de aprender a equacionar as suas diferenças. E vem fazendo isso, ora acertando, ora errando, não vou entrar nesse mérito agora. Mas não venham tentar dar aula de civilidade tolerância a São Paulo os que não combatem no próprio solo as escandalosas desigualdades e os preconceitos os mais evidentes. QUEM DECIDE FAZER GUERRA REGIONAL ESTÁ SENTANDO EM CIMA DO PRÓPRIO RABO PARA TENTAR DENUNCIAR O ALHEIO. Seria mesmo maior o preconceito que os “paulistas”, como se existisse essa categoria!, têm contra os  nordestinos do que o que aquele que ALGUNS NORDESTINOS ricos têm contra os nordestinos pobres no próprio Nordeste? Ora, tenham paciência!
O que leva um jornal como o “Correio”, da Bahia, a publicar na primeira página a foto da autora das mensagens infelizes com o título “A paulista”? Será esse jornal tão zeloso em combater as injustiças existentes no próprio estado como é em tentar promover uma guerra contra São Paulo em nome da… justiça? Admitir-se-ia que um jornal paulista publicasse a foto de um criminoso qualquer nascido na Bahia como o “O baiano”? É claro que não! E não creio que isso devesse ser tolerado. O Ministério Público certamente entraria em ação.  Já São Paulo pode suportar muito bem uma carga de preconceito se o objetivo nobre é… combater o preconceito!
Ciclo de violência
Coisas inacreditáveis estão em curso. É de estarrecer uma reportagem da Folha neste sábado. Ficamos sabendo que a moça é filha de um relacionamento extraconjugal do pai, Antonino Petruso. Leiam:
O empresário Antonino criticou a declaração de sua filha -fruto de um caso extraconjugal no fim dos anos 80 -, que, segundo ele, causou efeito colateral indesejado para toda a família. ‘Tenho raiva de quem faz preconceito, seja amarelo, branco, azul, pobre. Se ela [Mayara] realmente escreveu aquilo, vai ter que pagar.’”
É espantoso! É assustador. Ele próprio expõe a sua vida privada e a da garota, como se a condição de “filha fora do casamento” tornasse menores seus vínculos com a  jovem, tomada, no contexto, como agente de um desequilíbrio familiar. Ironicamente, sua empresa se chama “Supermercado do Papai”. O supermercado é do papai! O papai revela ainda que a relação com a filha não é boa; não quer que as opiniões dela sejam confundidas com as da família — talvez quisesse dizer “a verdadeira família”.
Não sei que punição a Justiça vai aplicar a essa moça — até porque será preciso muita licença jurídica para provar que ela praticou racismo, como sabe qualquer advogado medianamente informado. Mas há como ela ser punida mais do que está sendo? Se não conseguir mudar de nome, as suas mensagens no Twitter a terão destruído para sempre. Quantos milhares já fizeram a mesma coisa, não porque sejam militantes racistas, mas porque estão mal informados, pensam errado, reproduzem tolices que ouvem de outros? E os nordestinos os únicos agredidos.
A coisa agora segue no ritmo do horror, do pega-pra-capar. Já que ela foi estúpida o bastante para escrever aquilo, pode ter a imagem estampada na capa de um jornal da Bahia como “a paulista”. Já que escreveu aquilo, pode ser demonizada pelo pai, que a trata como uma bastarda, agente de dissabores familiares e ovelha desgarrada, que não reproduz os valores da família — ele, na verdade, tem “raiva” de gente assim. Já que escreveu aquilo, ela não terá direito a um julgamento justo. Afinal, os nossos irmãos nordestinos merecem um desagravo — nem que seja o linchamento.
Por isso recomendei aqui o filme a O Último Jantar (The Last Supper), de Stacy Title, cuja boa tradução em português seria “A Última Ceia”, já que o filme, por metáfora, evoca um ritual religioso. Não deixem de ver! Por acidente, um grupo de jovens bem-informados, politicamente corretos, muito sábios, acaba tendo de enfrentar a fúria de um fascistóide. Um deles mata o bandidaço. Eles se dão conta, então, de que o mundo não ficou pior com aquela morte. Como não ficaria pior se morressem o pastor homofóbico, o xenófobo, a puritana… Então decidem agir para tornar o “mundo melhor”.  Vejam as conseqüências . Trata-se de um debate formidável sobre o bem, o mal, a tolerância e os tribunais de exceção.
Não são melhores
Não são melhores do que Mayara os que promovem uma guerra entre regiões, os que a tomam como representante de alguma corrente influente em São Paulo e os que a lincham moralmente, não poupando nem mesmo detalhes de sua  vida privada, que nada têm a ver com a besteira que escreveu. Na verdade, são piores. Mayara é só uma moça que disse uma estupidez. O “Correio”, da Bahia, é um jornal que tem responsabilidades de apelo coletivo. Se a jovem viola um princípio constitucional ao escrever o que escreveu, o mesmo fez o jornal baiano. E cadê a OAB para acioná-lo? Cadê o Ministério Público Federal para propor uma investigação? E a Folha? Provem que as informações sobre a vida privada da garota servem a algum outra coisa que não à fofoca e à expiação.
Arremato
Indivíduos dizem bobagens o tempo inteiro. Há uma diferença entre dizê-las e se organizar para pôr em prática as sandices que eventualmente escrevem nas redes sociais. A punição tem de ser proporcional ao crime. E tem de ser aplicada pela Justiça, não por um pelotão de fuzilamento moral ou por aproveitadores interessados em faturar com a guerra regional, que tenta opor o Brasil ao Brasil.
Quem inventou esse país cindido tem um projeto político e dele extrai os melhores resultados para si e para o seu grupo. No dia 27 de março de 2008, durante um discurso em Pernambuco, Lula cobriu de elogios Severino Cavalcanti (PP-PE), ex-presidente da Câmara, afirmando que ele fora derrubado do posto por causa do “preconceito das elites paulistas e do Paraná”. Essa “guerra” tem servido unicamente aos propósitos daqueles que lucram politicamente com o confronto entre Nordeste e São Paulo, entre ricos e pobres, entre brancos e negros…
Poderia, e agora para encerrar mesmo, haver manifestação mais clara do uso vigarista dessas falsas clivagens do que o discurso que Lula fez na sexta-feira? Segundo ele, a sua eleição e a da “companheira Dilma” significaram a superação de preconceitos.  E ele disse isso num pronunciamento oficial! Ora, então a eventual derrota de ambos teria significado o contrário. Logo, a única maneira de a gente demonstrar que ama o Brasil unido é alinhando-se com o PT. As falas de Mayara pertencem a Mayara, o indivíduo. O rumo que tomou essa irrelevância tem de ser pensado à luz da cultura política que está sendo alimentada pelo poder. Em muitos aspectos, Mayara também é vítima de uma ação política deliberada para dividir o país. E há um monte de jornalista tonto ou mau-caráter fazendo o servicinho para o PT. Como sempre.

Por Reinaldo Azevedo
http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/geral/o-discurso-vigarista-da-canalha-que-lucra-ao-jogar-o-brasil-contra-o-brasil-ou-os-fascistas-do-bem-estao-assanhados/

Líder tucano ataca o eleitorado tucano. Isto é o PSDB.

O tucano Luiz Carlos Bresser Pereira, ex-ministro de Fernando Henrique Cardoso, assina artigo hoje, na Folha de São Paulo, intitulado "Dois males afinal evitados", onde ataca o eleitor de oposição, como se ele não tivesse o direito de expressar o que pensa a respeito da democracia. Tem bem a cara deste PSDB que não tem cara. Muito menos coragem.

As eleições do último domingo foram livres e democráticas. Foram próprias de uma democracia consolidada, porque o Brasil conta com uma grande classe média de empresários e de profissionais e com uma classe trabalhadora que participa dos ganhos de produtividade. Porque conta com um sistema constitucional-legal dotado de legitimidade e garantido por um Estado moderno, que é efetivo em garantir a lei e crescentemente eficiente em gerir os serviços sociais e científicos que permitem reduzir a sua desigualdade. É verdade que os dois principais candidatos não conseguiram desenvolver um debate que oferecesse alternativas programáticas e ideológicas claras aos eleitores. Por isso, a grande maioria dos analistas os criticou. Creio que se equivocaram.

O debate não ocorreu porque a sociedade brasileira é hoje uma sociedade antes coesa do que dividida. Sem dúvida, a fratura entre os ricos e os pobres continua forte, como as pesquisas eleitorais demonstraram. Mas hoje a sociedade brasileira é suficientemente coesa para não permitir que candidatos com programas muito diferentes tenham possibilidades iguais de serem eleitos -o que é uma coisa boa. Os dois males que de fato rondaram as eleições de 31 de outubro foram os males do udenismo moralista e potencialmente golpista e o da americanização do debate político. Quando setores da sociedade e militantes partidários afirmaram que a candidata eleita representava uma ameaça para a democracia, para a Constituição e para a moralidade pública, estavam retomando uma prática política que caracterizou a UDN (União Democrática Nacional), o partido político moralista e golpista que derrubou Getulio Vargas em 1954.

( o ex-ministro passa ao largo do PNDH III que, pelo jeito, ele não considera uma ameaça para a democracia)

Não há nada mais antipolítico ou antidemocrático do que esse tipo de argumento e de prática. As três acusações são gravíssimas; se fossem verdadeiras -e seus proponentes sempre acham que são- justificam o golpe de Estado preventivo. Felizmente a sociedade brasileira teve maturidade e rejeitou esse tipo de argumento. Quanto ao mal da americanização da política, entendo por isso a mistura de religião com política em um país moderno. Os Estados Unidos, que no final da Segunda Guerra Mundial eram o exemplo de democracia para todo mundo, experimentaram desde então decadência política e social que teve como uma de suas características a invasão da política por temas de base religiosa como a condenação do aborto. De repente um candidato passa a ser amigo de Deus ou do diabo, dependendo de ser ele "a favor da vida" ou não. A separação entre a política e a religião -a secularização da política- foi um grande avanço democrático do século 19. Voltarmos a uni-las, um grande atraso, a volta à intolerância.

( que democracia é esta do tucano que veta a discussão de temas como a legalização do aborto, como se isso fosse um retrocesso? Afinal de contas, na democracia, quem decide quais são as discussões relevantes? Não é o eleitor? )

A sociedade brasileira resistiu bem às duas ameaças. E a democracia saiu incólume e reforçada das eleições.
Em seu discurso após a eleição, Dilma Rousseff reafirmou seu compromisso com os pobres, ao mesmo tempo em que se dispôs a realizar uma política de conciliação, não fazendo distinção entre vitoriosos e vencidos. Estou seguro que será fiel a esse compromisso, como o foram os últimos presidentes. Nossa democracia o exige e permite.

( É lamentável que o tucano não tenha abordado outros males que pautaram estas eleições, tais como: a) a presença criminosa no presidente da república na campanha eleitoral; b) as mentiras sobre privatizações e fim de benefícios, saídas de notas oficiais presidentes de estatais e da boca de ministros em exercício do cargo, enchendo o eleitorado de medo; c) as quebras de sigilo fiscal e bancário de candidatos da oposição e a montagem de dossiês. Vamos parar por aí. O ministro Bresser Pereira é um dos gurus do tucanato. Estamos bem arrumados.)


Do Coturno Noturno 
http://coturnonoturno.blogspot.com/2010/11/lider-tucano-ataca-o-eleitorado-tucano.html

Temos motivos para comemorar

Em post recente, observei que deveríamos ficar alegres, fosse qual fosse o resultado das eleições. Vejo que de fato continuo alegre, pela graça de Deus (em outros tempos, eu teria posto energia demais nesse evento e não estaria bem; louvo a Ele por isto!). Mas, além da certeza de que Deus está no comando de tudo, temos motivos para comemorar: creio que essa esquerda mítica, divinizada, está perdendo força na mente dos brasileiros. E isto é algo recente. Como? Vejamos.
Já escrevi aqui várias vezes sobre um dos assuntos de destaque na agenda conservadora, em contraposição às forças do globalismo estatal (conservadores costumam sempre atuar em reação): o aborto. Defender a vida contra a ideia comum do “feto não é gente” sempre me pareceu algo difícil, espinhoso. Em conversas, o defensor da vida arriscava-se a perder o amigo. E eis que, nessas eleições, o assunto ganha uma atenção inédita no panorama político. O que ficou claro para todos é: Dilma podia perder a disputa por causa da postura obsessiva do PT pela descriminalização do aborto. E, de fato, diante disso o partido se viu apavorado o bastante para divulgar mentiras sobre a opinião da então candidata sobre o tema. Mesmo assim, mais de 40% dos eleitores deram seu não nas urnas — se contra o aborto ou não, jamais saberemos. Mas os números foram eloquentes: quase metade dos votantes não queria Dilma. Podemos afirmar que a Vida foi a grande vencedora dessas eleições: se o tema pesou, é porque o aborto prêt-à-porter no Brasil já não se afigura uma unanimidade. O abortista já não é um libertário, um porta-voz dos direitos da mulher; é questionado à luz do dia. Trata-se de uma extraordinária mudança de cosmovisão, e seus propagadores, não mais envergonhados, estão visíveis em jornais de grande circulação, como, na Folha de São Paulo, Luiz Felipe Pondé. Foi serrado o mastro de uma das maiores bandeiras do partido no governo, às mostras há pelo menos vinte anos.
Outro dado importante é o que nos informa Reinaldo Azevedo:
Até a sua biografia já começa a ser reescrita com zelo. Ontem, no Jornal Nacional, um companheiro de militância de Dilma assegurou que ela nunca pegou em armas, embora tenha feito parte de dois dos grupos terroristas mais violentos que praticaram atentados  durante o regime militar.
Qual a outra bandeira decepada? O ideal da guerrilha, tão decantado nas salas de aula da universidade! Novamente com medo da perda de apoio popular, o partido recorre a mentiras para reconstruir a história da presidente. Ora, se chegou a esse ponto, novamente, é porque a militância das guerrilhas na época da ditadura já não é mais uma unanimidade. Seus “heróis”, hoje revisitados por historiadores não-comprometidos com o ideário da esquerda, perderam o brilho. Certo, foram torturados, sofreram o diabo. Mas estavam longe de serem os santos cantados em prosa e verso por professores, pesquisadores, propagandistas do socialismo. Eram violentos e chamaram violência para si. E queriam de fato instalar uma ditadura no país, uma ditadura de esquerda. Hoje há mais informação sobre esse lado da história, embora seja geralmente veiculada fora dos bancos escolares. E por que digo que tudo mudou há pouco tempo? Porque há cinco anos — somente cinco anos! —, a revista Época publicou uma entrevista com Dilma Rousseff totalmente laudatória, em que o jornalista responsável chega a parecer extático de tanta admiração pela personagem, oferecendo ao leitor generosas fatias de seu passado como terrorista:
Ajudou na infra-estrutura de três assaltos a bancos, assinou artigos no jornal Piquete e chegou à direção do Colina. Nessa condição, planejou o que seria o mais rentável golpe da luta armada em todo o mundo: o roubo do cofre de Adhemar de Barros, ex-governador de São Paulo.
E o texto termina com uma fala da própria Dilma:
Só pra saber que nunca fui uma menina cândida: eu sei montar e desmontar, de olhos fechados, um fuzil automático leve. Tinha que ser rápido, muito rápido. E, se você quer saber, eu sei atirar.
Sabe atirar e nunca pegou em armas? Não pode, né?
Exulto porque percebo que, agora sim, uma verdadeira oposição parece prestes a se firmar no Brasil contra os ditames socialistas. Se tudo dará certo e se conseguiremos nos manter longe do destino de Cuba e Venezuela, só o tempo dirá. Mas me alegro por oferecer minha contribuição para a desmitologização do socialismo e a afirmação de valores cristãos neste país.
Dito isto, e já um tanto cansada do assunto, repito o que declarei antes, e que serve também como um aviso para mim mesma:

Norma Braga
http://normabraga.blogspot.com/2010/11/temos-motivos-para-comemorar.html